Todo apoio às greves. Greve dos Petroleiros cresce em 12º dia de mobilização; ato de apoio acontece nesta quinta (13)

13 de fevereiro de 2020

Com adesões em 108 unidades do Sistema Petrobrás, em 13 estados brasileiros, os petroleiros completam nesta quarta-feira (12) o décimo segundo dia de greve no país contra demissões, privatização e por direitos.
A mobilização nacional se dá pela suspensão das demissões na Fafen-PR (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná), por direitos previstos no ACT (Acordo Coletivo de Trabalho), bem como contra o desmonte da empresa, com a possibilidade de fechamento de unidades e mais demissões, contra a precarização das condições de trabalho e a privatização.
Já são 50 plataformas em cinco estados, 18 terminais, 11 refinarias e mais outras 20 unidades operacionais e 3 bases administrativas com trabalhadores em greve por todo o país. São cerca de 20 mil petroleiros mobilizados. Os trabalhadores enfrentam os ataques, vindos tanto por vias sindicais e patronal aos petroleiros, quanto os do governo contra o conjunto da classe trabalhadora.
Mobilização no RJ – Para esta quinta-feira (13), a FNP (Federação Nacional dos Petroleiros) e a CSP-Conlutas, junto a outras diversas entidades [confira no viral abaixo], faz um chamado para uma passeata em apoio à Greve Nacional Petroleira.
A manifestação tem concentração marcada para as 16h na Candelária. Neste protesto, que será um momento para fortalecer a solidariedade de classe junto a categoria, ainda terá a participação do bloco de carnaval “O Petróleo é Nosso”.


Apoio internacional – A Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas, organização da qual a CSP-Conlutas faz parte e que reúne organizações sindicais e sociais em todo o mundo, enviou mensagem de apoio aos petroleiros mobilizados. Em moção de apoio, a entidade destaca que enfrentando o principal e atual inimigo, o governo de Bolsonaro, os petroleiros estão defendendo, tendo em vista um histórico de ataques à categoria e à Petrobras, mais uma vez “a companhia do povo brasileiro e a soberania nacional.”
Repressão – O TST (Tribunal Superior do Trabalho), via o ministro Ives Gandra Martins Filhos, obrigou que 90% dos trabalhadores mantenha produção habitual, estabelecendo ainda multa de diária de R$ 500 mil, para sindicatos de base territorial com mais de 2.000 empregados, em caso de descumprimento da decisão. Outras entidades sindicais podem ser multadas em R$ 250 mil.
Nesta quarta-feira (12), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, manteve a decisão do TST, em favor da Petrobras e contra a greve dos funcionários da estatal.
A Reman [bem como a Replan] emitiu carta sobre o aceite de liminar da Petrobras que visa impedir a mobilização da categoria.
Saiba mais no link: Todo apoio à greve dos petroleiros: confira panorama nacional neste 7º dia de mobilização da categoria
Sucatear para privatizar – Eduardo Henrique, da FNP e da CSP-Conlutas-RJ, ressalta que “esta luta, que não é somente dos trabalhadores, mas é de toda população brasileira, seguirá firme em defesa de direitos, contra as demissões e a privatização da Petrobras”.
Na segunda (3), a Petrobras iniciou de divulgação de oportunidade para venda de parcela de sua participação de blocos exploratórios, pertencentes às concessões BM-PAMA-3 e BM-PAMA-8, localizadas na Bacia do Pará-Maranhão.
Conforme explica o petroleiro Eduardo, a Petrobras é operadora dos blocos, com 100% de participação na concessão BM-PAMA-3 e 80% de participação na concessão BM-PAMA-8, em parceria com a Sinopec Exploration and Production Brazil (Sinopec), que detém os demais 20%.
Nesse cenário, o desinvestimento será de até 50% na concessão BM-PAMA-3 e de até 40% na concessão BM-PAMA-8. Assim, a Sinopec poderá exercer direito de preferência na concessão BM-PAMA-8 para adquirir a participação da Petrobras.
Entre as empresas que estão na lista de privatização de Paulo Guedes, além da Petrobrás, há Correios, Serpro e Telebras, Dataprev, Casa da Moeda, Lotex, Trensurb e Eletrobras.
As mobilizações pelo país – A greve mobiliza até o momento 108 unidades no Sistema Petrobrás, em 13 estados do país. Veja o quadro nacional de greve atualizado logo abaixo.
Quadro nacional da greve – 12/02

50 plataformas
11 refinarias
23 terminais
7 campos terrestres
5 termelétricas
3 UTGs
1 usina de biocombustível
1 fábrica de fertilizantes
1 fábrica de lubrificantes
1 usina de processamento de xisto
2 unidades industriais
3 bases administrativas

Fonte: CSP – CONLUTAS –
Atualizado às 13h de 12/2 – Foto: CSP- CONLUTAS

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