
Com o tema “Apib somos todos nós: Em defesa da Constituição e da vida”, teve início na segunda-feira (7), em Brasília (DF), a 21ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL) 2025.

A maior mobilização indígena do país segue até sexta-feira (11), reunindo povos originários de diversas regiões para denunciar ataques aos seus direitos e reforçar a resistência contra o Marco Temporal (Lei 14.701/2023), também conhecida como “Lei do Genocídio Indígena”.
Organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), o ATL 2025 espera reunir cerca de 8 mil indígenas. A programação inclui plenárias, marchas, audiências públicas e atividades culturais, com eixos que abordam desde a desconstitucionalização de direitos até o enfrentamento da crise climática.
Entre os principais temas em debates estão os conflitos em territórios indígenas, a luta por direitos e demarcação de territórios, a ausência de políticas eficazes diante da crise climática, a criação da Comissão Nacional da Verdade Indígena, o funcionamento da Câmara de Conciliação do Supremo Tribunal Federal (STF), a transição energética justa, o reconhecimento da autoridade climática dos povos indígenas e a resistência LGBTI+.

O ANDES-SN participa das atividades nos debates, marchas e atos públicos. Na segunda-feira (7), indígenas da etnia Pataxó Hã Hã Hãe visitaram a sede do Sindicato Nacional, onde realizaram uma cerimônia de purificação e bênção, agradecendo o apoio do Sindicato Nacional para viabilizar a participação no ATL.
“A participação do ANDES-SN no Acampamento Terra Livre, que ocorre há anos, nunca foi tão importante quanto é neste momento em que vários povos indígenas enfrentam a violência de milícias rurais que avançam sobre seus direitos e suas terras, assim como a tentativa de conciliação forçada feita pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à tese do Marco Temporal”, destacou Helton Saragor, 2º vice-presidente da Regional São Paulo do ANDES-SN.

Na terça-feira (8), a mobilização ganhou as ruas da capital federal com a marcha “Apib Somos Todos Nós: Nosso Futuro Não Está à Venda!”, que seguiu até o Congresso Nacional. A manifestação reforçou o posicionamento dos povos indígenas em defesa da Constituição e da preservação de seus territórios. Representaram a diretoria do ANDES-SN na marcha Helton Saragor, Cláudia Piccinini, 1ª vice-presidenta da Regional Rio de Janeiro, e Alexandre Galvão, 2º secretário da entidade.
O ANDES-SN também participa dos debates na Tenda da Educação, espaço dedicado à discussão de políticas públicas e à valorização dos saberes indígenas. Já na quinta-feira (10), das 16h às 18h, será realizada a marcha “A Resposta Somos Nós”, campanha lançada durante a Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, que destacou a necessidade de ações decisivas contra a crise climática e a importância dos povos indígenas na preservação do meio ambiente.

De acordo com Helton Saragor, é extremamente relevante a referência do movimento indígena em um ano em que o país sediará a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém (PA), e terá a oportunidade de debater as várias formas de ataques ao meio ambiente.
“O ATL é um dos eventos mais importantes da conjuntura política pela perspectiva de país apontada pelos povos indígenas, sobretudo ao que se refere à disputa e ao enfrentamento da emergência climática, o colapso ambiental. Todas as pautas que hoje assolam as grandes cidades e também o campo brasileiro”, avaliou.
ATL
O Acampamento Terra Livre é um espaço fundamental de articulação, debate e resistência. O apoio ao ATL é uma deliberação do 43º Congresso do ANDES-SN, realizado este ano em Vitória (ES), reforçando o compromisso histórico do Sindicato Nacional com a luta dos povos indígenas. Anualmente, a entidade participa da mobilização.
Confira aqui a programação completa do ATL
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ANDES-SN convoca seções sindicais para participação no Acampamento Terra Livre 2025
Foto: Eline Luz/ANDES-SN
Fotos: ANDES-SN – Publicado em 09 de Abril de 2025 às 20h20. Atualizado em 10 de Abril de 2025 às 08h51