Eleições para reitor e vice-reitor – Nota das entidades representativas da UFCG

26 de novembro de 2020

Os processos de consulta eleitoral para a escolha dos reitores e vice-reitores da UFCG têm sido marcados, desde 2008, pelo critério antidemocrático de pesos diferenciados para os segmentos que integram a comunidade universitária. Na votação realizada no dia 20 de novembro essa característica se repetiu, mas os eleitores foram às urnas acreditando que mesmo assim poderiam fazer valer sua escolha para a nova Reitoria da universidade.

O que poucos da comunidade acadêmica tinham conhecimento era que a resolução que regulamentou a consulta contém um critério que aprofunda o caráter antidemocrático da eleição e abre espaços para avaliações que sua redação final foi norteada pelo interesse nefasto de excluir ainda mais o peso político e eleitoral dos estudantes.

A sugestão de minuta de resolução aprovada na Comissão Especial foi de que a contagem e validação dos votos da consulta deveria ocorrer com base no universo de votantes e não no universo de votos válidos, critério adotado inclusive pelas eleições que escolhem de vereadores a presidente da república. No entanto, integrantes da comissão recorreram ao Colegiado Pleno e este aprovou o critério do universo de eleitores, o que terminou por provocar uma redução brutal do peso eleitoral dos estudantes, que passou de 15% para 6,08%. Os técnicos passaram de 15% para 15,42% e os docentes de 70% para 78,5%.

Não é com a adoção de estratégias antidemocráticas que nenhuma das chapas conseguirá legitimidade política para gerir a universidade nos próximos quatro anos, principalmente porque essas desrespeitam a importância dos votos já conferidos a qualquer uma delas pelos docentes, técnico-administrativos e estudantes.

As entidades representativas dos segmentos da UFCG vêm a público repudiar essa tentativa de manobra eleitoreira e cobrar uma revisão nos critérios de contagem e validação dos votos, sob pena da comunidade universitária chancelar para a nova gestão o fantasma da ilegitimidade e da suspeita, como também a urgente constituição pelo Colegiado Pleno de uma comissão para elaborar, com a ampla participação da comunidade acadêmica, de uma resolução que trate da regulamentação dos processos eleitorais na universidade.

Campina Grande, 26/11/2020

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