Os professores da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG aprovaram uma proposta da categoria entrar em estado de greve, caso o Governo Federal determine o retorno às aulas presenciais. A decisão foi deliberada numa assembleia geral da Associação dos Docentes da UFCG- ADUFCG realizada virtualmente, ontem (05/02) ontem pela manhã. A posição dos docentes está sendo avaliada numa reunião dos setores do Sindicato Nacional da categoria, o ANDES-SN, que ocorre no dia de hoje.
A decisão dos professores foi baseada numa análise de conjuntura que demonstrou a continuidade e o aprofundamento da precarização do ensino remoto implantado com o Regime Acadêmico Extraordinário-RAE, em 2020, e com a adoção de um calendário acadêmico na UFCG para 2021 que prevê três semestres letivos num só ano.
A avaliação dos professores é que os prejuízos para os estudantes, técnicos-administrativos e docentes poderão aumentar se o Governo decretar o retorno às aulas presenciais sem a imunização de pelo menos 70% da população, pois as universidades não possuem a estrutura necessária para as medidas prevenção e a iniciativa resultará no aumento da contaminação e mortes pela Covid-19.
Atualmente, está em vigor a Portaria do Ministério da Educação 1038/20, que trata da retomada das aulas presenciais nas universidades a partir de 1º de março de 2021, observados os protocolos de biossegurança para o enfrentamento da pandemia de Covid-19. Uma portaria anterior (1030/20) previa o retorno às aulas presenciais nas instituições de ensino superior a partir de 4 de janeiro de 2021.
Outro motivo apontado pelos professores para a possibilidade da categoria entrar em greve é o risco de aprovação das Propostas de Emenda à Constituição 32/2020 e 186/2019. A primeira propõe a reforma administrativa, com medidas que resultarão da destruição do serviço público no país e grandes prejuízos para toda população. A segunda é a PEC Emergencial que prevê mecanismos para redução de gastos públicos, como salários de servidores, e veda novas despesas obrigatórias.
Greve
Na reunião conjunta dos setores das seções sindicais das instituições federais, estaduais e particulares de hoje do ANDES-SN uma decisão nacional será adotada sobre a proposta. Em seguida, as seções sindicais da entidade em todas as instituições decidirão sobre a necessidade de uma greve contra uma determinação de retorno obrigatório às aulas presenciais. Para iniciar uma paralisação, os professores da UFCG , através da ADUFCG, realizarão uma outra assembleia.
Vacinas
Na assembleia os professores também aprovaram a inclusão entre suas reivindicações a busca da quebra das patentes das vacinas e a nacionalização das indústrias que fabricam os imunizantes, para que se possa conseguir a produção de doses suficientes para vacinar toda população.
Solidariedade
Na assembleia os professores da UFCG também deliberaram pelo apoio à greve dos trabalhadores da rede municipal de educação de Campina Grande, que decretaram uma greve contra a determinação da Prefeitura de retomar as aulas presenciais para o ensino infantil e fundamental.
Fonte: ADUFCG – 06/02/2021
