Infraestrutura ameaçada: técnicos e professores cobram urgência em obra de recuperação em prédio da Unidade Acadêmica de Educação

25 de outubro de 2022

Banheiros interditados em dois andares, infiltrações, rachaduras em colunas, tetos, paredes e escadas, portas com fechaduras quebradas e problemas constantes de falta de água no 2º andar. Esse é o retrato atual do Bloco AB no campus sede da UFCG, em Campina Grande. As denúncias são de técnico-administrativos e professores, que desde julho solicitam uma urgente intervenção da gestão da universidade e até o momento receberam apenas promessas.

A maior parte dos problemas na infraestrutura do Bloco AB, um dos mais antigos do campus sede, já existiam desde o início desse ano, mas no mês de julho os técnicos que trabalham no local aumentaram consideravelmente sua preocupação depois que surgiram rachaduras em várias colunas do prédio. “Senti um leve tremor e achei que tinha sido uma impressão apenas minha, mas perguntei para minha colega de sala e ela confirmou que também sentiu”, revelou uma técnica que prefere não se identificar.

Colunas, paredes e tetos rachados estão espalhados em vários andares


Depois do episódio, foi solicitada uma visita da Prefeitura Universitária. Servidores do setor foram ao local e, segundo técnicos que trabalham no Bloco AB, eles informaram que o tremor foi resultado “de uma acomodação do prédio”. A Assessoria de Comunicação da ADUFCG manteve contato em agosto com o Setor de Engenharia da Prefeitura sobre o assunto e servidores informaram que um laudo de inspeção técnica já foi concluído. “Estamos acompanhando com frequência a evolução das patologias”, garantiu o engenheiro Vicente.
Mesmo que as rachaduras nas colunas deixem alarmados dos servidores que trabalham no Bloco AB eles também estão preocupados com as outras existentes em paredes de todos os andares, na escada e também no teto de gesso do térreo.
O coordenador administrativo da Unidade Acadêmica de Educação – UAED, Carlos Augusto Medeiros, explica que a Prefeitura Universitária atendeu o chamado rapidamente para apurar o problema, mas até agora não apresentou respostas sobre o grau de confiança para a permanência da unidade no Bloco.
O presidente da ADUFCG, Antônio Lisboa, avalia que os problemas estruturais da Unidade Acadêmica de Educação espelham a atual situação da UFCG, que vive inúmeros problemas nesta área, resultantes de um processo de constante de cortes orçamentários e ao mesmo tempo de uma intervenção promovidos pelo Governo Federal. Ele ressalta que o temor da comunidade universitária é que a instituição comece a paralisar seu funcionamento por falta de recursos, já que 98% dos recursos de custeio são destinados exclusivamente ao pagamento de serviços terceirizados.

Interditados
A precária condição de funcionamento do Bloco AB também é confirmada nos seus banheiros. No térreo, o teto de gesso dos banheiros masculino e feminino desabaram há meses, estando interditados, atingindo principalmente os estudantes que são os maiores usuários.
No segundo andar os banheiros também estão interditados. O teto de gesso do banheiro feminino desabou e a iluminação foi cortada para evitar acidentes. Antes do surgimento deste problema, o local também vinha apresentando entupimentos e falta d´água constantes, além de falhas na fechadura da porta de entrada. “Junto do risco de ficar trancada, porque a fechadura vive com defeitos, a usuária ainda pode ser obrigada a levar um balde de água para dar descarga. Os vasos também não possuem acentos e somos obrigadas a utilizar em pé”, reclama uma servidora.
Infiltrações e goteiras
No segundo andar do Bloco AB, onde está instalada a Pro-Reitoria de Assuntos Comunitários – PRAC, goteiras e infiltrações atormentam a vida dos servidores e usuários quando chove. “Somos obrigados a colocar baldes para aparar a água que escorre das lâmpadas e alaga os corredores”, revela um servidor.
Outro funcionário adiciona a reclamação para os constantes apagões na internet no setor, sem a qual os serviços ficam interrompidos. “Não é uma vez por semana, não. É praticamente todo dia”, desabafa.

Promessas
Questionado em agosto pela Assessoria de comunicação da ADUFCG a respeito de uma solução para os problemas do Bloco AB, o vice-prefeito da UFCG, George Ribeiro revelou que estava solicitando a Pró-Reitoria de Gestão e Adm-Financeira (PRGAF) uma intervenção emergencial no local em menos de dois meses. “Pois se formos pedir pelos trâmites habituais, leva em torno de 6 meses. Nós estamos com pressa e com urgência pra fazer esse serviço no AB”.
O vice-prefeito também informou que outras obras de manutenção no campus de sede da UFCG seriam executadas. “Esse será a primeira de muitas obras que faremos nesse sentido, uma vez que a universidade é uma instituição de prédios antigos e muitos deles necessitando de recuperação. Mas, vamos fazendo aos poucos e dentro de uma lógica levantada pela SGPI”, garante.
Questionado se os recursos para os serviços já estariam garantidos, George Ribeiro explicou: “por enquanto são recursos próprios”. Novamente questionado sobre as obras no dia 24 de outubro, ele não se manifestou até o fechamento desta reportagem.

Fonte: ADUFCG – 25/10/2022

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