O texto-base da Reforma Previdência foi aprovado por 379 votos contra 131 na noite desta quarta-feira (10). Uma tarde dura para os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil e os mais pobres desse país.
Triste e revoltante ouvir os falsos discursos de deputados afirmando que votam pela Reforma da Previdência para salvar o Brasil da crise econômica em que o país está enfiado.
“Remédio amargo”, “garantir o futuro do Brasil”, “o país vai quebrar se a reforma não for aprovada”. Essas foram umas das frases repugnantes ouvidas no plenário da Câmara Federal.
Uma mentira deslavada!
Esses deputados vão afundar nossos idosos na miséria; nossos trabalhadores com mais de 50 anos que estarão sem trabalho e não conseguirão mais emprego – serão considerados descartados do mercado sem ter o tempo de contribuição necessário (40 anos) nem idade para se aposentar (65 anos para homens e 62 para mulheres). Teremos viúvas com pensões abaixo do salário mínimo e um número menor de pessoas necessitadas com direito ao BCP (Beneficio de Prestação Continuada); assim como os professores, cada vez mais doentes sem poder aposentar.
E os que entram no mercado se sacrificarão cada vez mais com cada vez menos direitos e sem o direito de se aposentar.
Com todos esses males provocados por essa política, a Reforma da Previdência não vai resolver nenhum problema econômico do país. O que resolveria é cobrar a dívida de mais de R$ 500 bilhões das empresas sonegadoras do INSS. Entre elas, a JBS, Bradesco e Rede Globo. O que resolveria a crise econômica brasileira é não pagar aos banqueiros a tal Dívida Pública que nunca acaba. Aí está o dinheiro da aposentadoria dos trabalhadores. Mas dos seus aliados, o governo Bolsonaro não vai querer buscar os 1 trilhão de reais que diz precisar economizar com a Previdência. Bolsonaro e os deputados querem tirar esse dinheiro dos trabalhadores, dos mais pobres.
Leia: Para aprovar Reforma da Previdência, Bolsonaro pratica toma-lá-da-cá e libera R$ 2,6 bi a deputados
Eles estão com pressa, mas essa luta ainda não acabou
Após essas votações, começarão a votação dos destaques, que são pedidos feitos por deputados para votar separadamente uma emenda ou parte do texto. Eles precisam ter também 308 votos para conseguir mudar o projeto. Por volta das 21h essa sessão foi suspensa para continuação em próxima sessão.
Todo o esforço do governo e seus parlamentares aliados é votar os destaques rapidamente para entrar na votação de segundo turno até o final desta semana, antes do recesso da Câmara em 18 de julho.
Por isso, é preciso jogar todas as fichas na defesa da aposentadoria dos trabalhadores. É necessário que seja convocada uma Greve Geral urgentemente no país.
A CSP-Conlutas denunciou que a aprovação da reforma, desde a Comissão Especial, só foi possível por uma armação política e um grande acordão que envolveu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, deputados do Centrão, os governadores – incluindo PT, PSB, PCdoB e PDT – e parte da cúpula das Centrais Sindicais através de parlamentares do Solidariedade e PSC. A postura dos governadores da dita esquerda é um verdadeiro crime contra os trabalhadores e não tem outro nome que não seja traição!
“Vamos colocar a manifestação em Brasília e as lutas que acontecerão nos estados nesta-feira, dia 12, a serviço da construção de nova Greve Geral”, conclama o dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Luiz Carlos Prates, o Mancha.
O mais provável é que derrubem o prazo de cinco sessões para a votação em segundo turno. Depois, se aprovado, o texto vai para análise do Senado.
Fonte:CSP-Conlutas – 11/07/2019