ANDES-SN e ADUFCG aceleram os preparativos para o 66º CONAD, em Campina Grande

4 de abril de 2023

Os preparativos para 66º CONAD do ANDES-SN, que ocorrerá no período de 14 a 16 de julho, em Campina Grande, sediado pela ADUFCG, estão em ritmo acelerado. Nos dias 24 e 25 de março, ocorreu na UFCG a segunda reunião da Comissão Organizadora, com a participação de integrantes do sindicato nacional e da comissão local.

Participaram da reunião, pelo ANDES-SN, as diretoras Cristine Hirsch, Jennifer Susan Webb Santos e Regina Ávila e a secretária do sindicato Luciana da Luz. Pela ADUFCG SSind, que recepcionará o 66º Conad, estiveram presentes os diretores e as diretoras Antonio Lisboa, Marinalva Vilar de Lima, Lucianna Vieira, Josevaldo Cunha, o jornalista da seção sindical, Fred Oliveira, e a secretária Maria Goreth Leitão e Souza.

O presidente da ADUFCG, Antonio Lisboa, nesta entrevista revela detalhes do trabalho de preparação do 66º CONAD e convoca a categoria e a comunidade universitária a se envolverem no evento, que tem a expectativa de receber mais 200 delegados para uma programação que inclui também a posse da nova diretoria do sindicato nacional e o debate de temas que não puderam ser discutidos no Congresso do Andes, ocorrido em Rio Branco (AC)

Nos dias 24 e 25/03 de março, a Comissão de Organização do 66º CONAD se reuniu em Campina Grande, com membros da diretoria nacional e local. Qual foi o objetivo do encontro e o que foi encaminhado de preparativos do evento?

R – É comum do nosso sindicato, sempre que tem um evento do porte de um CONAD ou de um Congresso, a Comissão Organizadora se reunir com antecedência para realizar o planejamento para que tudo ocorra dentro das demandas e necessidades do nosso sindicato nacional. No caso específico do CONAD, por se tratar de um evento de posse da nova diretoria, num contexto político, econômico e cultural em que ele será realizado, em Campina Grande, existe a necessidade de permanentemente estarmos nos reunindo para discutir cada etapa do processo.

Nesse primeiro momento, com a segunda reunião da Comissão Organizadora, nós discutimos desde de questões relativas a arte que será utilizada na divulgação, publicidade e convocatória, o elemento identitário do evento, tentando definir nela aspectos da cultura local dialogando com a temática do evento e também se aproximando, ao máximo, do movimento da ADUFCG com seus 45 anos de existência, que completamos em 2023.

Também discutimos as questões relativas ao local, a infraestrutura, ao auditório, as salas onde serão realizados os grupos mistos, as comissões ou sub-comissões que serão necessárias para providenciar toda parte logística, de infraestrutura, de apoio de internet, de contratação de monitores, uma equipe grande que vai se envolver desde o apoio logístico até o apoio de acolhimento, de credenciamento de docentes que chegarão para o evento, mas também questões que dizem respeito a comunicação durante o evento, infraestrutura de apoio aos jornalistas, de internet para que os professores possam manter contatos e enviar e receber materiais e além disso, as questões relativas a alimentação e lanches necessárias durante o evento.

Como será um evento que ocorrerá entre dois semestres na UFCG, nós não teremos o público comum que temos na universidade, com estudantes, servidores e docentes, mas em função disso temos que tomar todas as providências para que o mínimo de condição de apoio seja providenciado.

Um aspecto importante discutido durante a reunião da Comissão de Organização foi a programação do CONAD, que está sendo construída. Como estão os encaminhamentos para sua definição?

Esse é um aspecto importante de construção do CONAD. O evento é curto e do ponto de vista temporal são apenas três dias, na sexta, sábado e domingo e a gente tem uma pauta importante a ser tratada nele que é o que foi encaminhado no último congresso e também, em termos de atualização do plano de lutas, mas também toda pauta que ficou acumulada e que o congresso não teve tempo de se debruçar, sendo responsabilidade do CONAD para resgatar e dar encaminhamento.

Além disso, na reunião nos discutimos que elementos culturais a gente pode envolver na programação, quais são as atividades que podem ser trazidas para expressar aquilo que está na temática do evento e que tem haver com a luta do nosso sindicato e a cultura popular. Nós estamos numa região muito rica culturalmente, com vários elementos que podem ser utilizados mas a gente não pode pensar numa programação que seja exclusivamente cultural.

Ao contrário, a gente vai rechear a discussão política, que é o debate de atualização do plano de lutas e de tratamento daquilo que o congresso de Rio Branco não conseguiu dar conta, com parte da expressão cultural de Campina Grande e da Paraíba, para que os participantes conheçam e entendam essa relação que existe na temática do evento, a relação da luta política com a cultura popular.

Também é fundamental a gente definir a programação para que todas as delegações venham, e muita gente tem essa expectativa de vir à Campina Grande, por ser um período junino e quando a cidade vive uma eferverscência cultural, tenham uma compreensão clara da programação que será oferecida e a partir dela beber um pouco do que é a nossa experiência, da nossa riqueza, daquilo que é a nossa cultural popular.

Portanto, a definição da programação passa também pela consideração que nós temos sobre o acervo que temos no estado e a diversidade de alternativas culturais e dentro disso o que vamos para possibilitar aos participantes do CONAD.

O CONAD se debruçará sobre um tema bastante instigante para a categoria, que é a “Reorganização da classe com inspiração nas lutas e culturas populares” . O que a categoria e os filiados da ADUFCG podem esperar de debates em torno desse tema?

A história do nosso sindicato é marcada por uma característica: uma luta por autonomia e independência em relação a governos, partidos, patrões e reitorias, mas também com uma produção crítica e com análise bastante fundamentada das questões da conjuntura nacional, da organização dos trabalhadores, dos enfrentamentos que a gente tem de fazer ao capital e também as políticas governamentais de um modo geral.

Dai o fato do ANDES ter essa história de construção crítica muito importante, assim como tem se expressado muitas vezes a cultura popular, com o seu potencial sarcástico, as vezes de uma crítica fina e as vezes mais direta, mas sempre com independência, rebeldia, no sentido de chamar a atenção da categoria e da sociedade para tudo aquilo que se faz necessário para a superação da vida em sociedade.

Nesse sentido, o nosso sindicato precisa mergulhar um pouco mais na discussão da reorganização da classe trabalhadora, sobretudo em função da decisão que nós tomamos no último congresso, uma posição majoritária de desfiliação do ANDES-SN em relação a CSP-Conlutas e isso nos leva, necessariamente, a retomar a discussão sobre os desafios que estão postos, seja na construção de uma nova central ou seja na rearticulação do movimento. O ANDES tem um papel protagonista nesse movimento de articulação e organização da luta dos trabalhadores, mas tudo isso a partir daquilo que é o espírito de liberdade, de autonomia, de independência e de rebeldia, de produção crítica que os movimentos e a cultura popular sempre expressaram.

A gente não pode esquecer esses elementos e dai a importância da inspiração daquilo que já é construído de forma espontânea, muito fundamentada e uma certeza de produção critica que a cultura popular e os movimentos sempre tiveram e isso sempre inspirar o movimento sindical para que ele não caia no engodo de se aproximar demais do governo.

O papel do sindicato é a organização da classe trabalhadora e da categoria e a defesa de seus interesses. O papel do governo é governar para os diferentes interesses. Mas nós devemos ter a clareza que o papel do sindicato não é o papel do partido e nem o papel do governo. É a defesa dos interesses da classe trabalhadora docente, da educação pública, gratuita, de qualidade como parte do processo de democratização da vida social brasileira.

Durante a reunião da Comissão Organizadora foram discutidos aspectos importantes na formação de um grupo de pessoas engajado na organização do CONAD. Como isso está sendo pensado e discutido?

Os eventos do nosso sindicato pressupõem grandes frentes de trabalho, no sentido de que não se trata apenas de uma pequena comissão que se envolve, cinco, seis, oito pessoas, na organização do evento. Ao contrário, nessa reunião ficou claro isso. Nós já tivemos essa experiência organizando CONAD e Congresso e a gente sabe como é necessário o envolvimento dos diferentes setores da vida acadêmica, como técnicos, estudantes e docentes. Cada um com aquilo que se dispuser a fazer.

Por exemplo, em relação aos estudantes, nos vamos ter de contratar uma equipe de 20 a 30 monitores/bolsistas, que receberam um suporte financeiro, para trabalhar durante o evento com diferentes atividades de apoio pedagógico, apoio a crianças que acompanham seus pais durante o evento, apoio de infraestrutura, na logística, no credenciamento, nos grupos de trabalho.

Também a parte mais direcionada aos servidores, com serviços técnicos, que nós também contrataremos. E para os professores é importante deixar um chamado, um apelo para que quiserem se envolver. Cada docente tem mais habilidade numa área, como a tecnológica, na organização de eventos, outros na área de infraestrutura, de contratação de equipes, montagem de espaços, como tem aqueles que possuem mais interesse em fazer a cobertura de fotografias, registros de imagem, uma espécie de relações públicas, pessoas no apoio a infraestrutura de saúde e outras áreas são chamadas a se envolver.

Nós estamos na fase de elaboração dos editais e composição das sub-comissões e também teremos o momento em que as categorias docente, técnico-administrativos e estudantes serão chamados a se envolver nesse processo de maneira que possamos chegar ao mês de julho com todo trabalho preparado e toda equipe envolvida, desde a decoração, passando pela parte de limpeza, do material a ser entregue aos participantes, definição tecnológica, divulgação e tudo mais que está previsto para a organização do evento.

Fonte: ADUFCG – 04/04/2023

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