Incêndio destrói prédio do Instituto de Biociências da Unesp em Rio Claro (SP)

6 de setembro de 2022

Fogo consumiu parte do prédio central do Instituto de Biociências, com destaque para o laboratório didático de zoologia e suas coleções. Foto: Unesp
Um incêndio atingiu na última quarta-feira (31) o prédio central do Instituto de Biociências (IB) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Rio Claro (SP). Segundo a universidade, o fogo atingiu laboratórios, salas de aulas, entre outros espaços que servem ao ensino, à pesquisa e à extensão universitária. Os prejuízos materiais e, sobretudo, científicos estão sendo dimensionados pelas equipes que trabalham no local. As causas do incêndio ainda estão sendo apuradas.
“A Unesp está consternada com as perdas do instituto e se solidariza a todos os docentes, pesquisadores, estudantes e funcionários técnico-administrativos que tiveram seus trabalhos interrompidos por esta terrível ocorrência. A administração central se dedicará diuturnamente para que a rotina acadêmico-científica seja retomada o mais breve possível”, diz a nota da reitoria.
A reforma no IB, construído em 1977, estava prevista para ocorrer em 2023 – com a troca das redes elétrica e hidráulica – e era uma das principais metas da unidade universitária. Professoras, professores, técnicas e técnicos do IB, estudantes, gestoras e gestores do campus e, também, da administração central da universidade têm trabalhado conjuntamente na análise dos prejuízos científicos e dos danos materiais causados pelo incêndio.
Centenas de estudantes e docentes se reuniram na praça em frente a universidade na tarde de quinta-feira (1º), para cobrar respostas sobre o ocorrido. Cartazes com os dizeres “Contra o sucateamento da educação” e “IB resiste” foram levados por estudantes.
Em nota conjunta, a Associação dos Docentes da Unesp (Adunesp Seção Sindical do ANDES-SN), o Sindicato dos Técnicos da Unesp (Sintunesp) e o Fórum das Seis – que reúne as demais entidades representativas de técnicos e docentes das Estaduais Paulistas – ressaltou que, até o momento, as consequências do incêndio apontam para “prejuízos materiais ainda não dimensionados em salas de aula, laboratórios e salas de professores/as. E para prejuízos incalculáveis no acervo acadêmico e científico da unidade, com a perda de coleções inteiras de animais usados em ensino e pesquisa”. Uma reportagem veicula pela TV Brasil, na sexta (2), informou que as chamas consumiram material de anos de pesquisas, coleções de animais empalhados e equipamentos.
Ainda de acordo com as entidades representativas dos docentes e técnicos, “o corte sistemático de recursos que se abateu sobre a educação pública do estado e do país nos últimos anos, que certamente tem comprometido os investimentos e manutenção necessários, nos faz temer que episódios dessa natureza continuem ocorrendo em nossas universidades e demais instituições de ensino, pesquisa e extensão públicos.”
“A “parte da história que se acabou”, como consta no título desta nota, foi a expressão usada por um docente do campus de Rio Claro em meio ao incêndio. O Fórum das Seis deseja a ele e a toda a comunidade que se fortaleçam para superar a tristeza de hoje e seguir construindo ensino, pesquisa e extensão de excelência e a serviço da população”, afirma a nota conjunta.
Incêndio
O incêndio teve início na tarde da última quarta-feira (31) e se espalhou rapidamente pelo prédio. O corpo de bombeiros foi chamado e seguiu no local durante toda a noite para controlar o fogo. O prédio foi esvaziado sem que houvesse vítimas. As aulas foram suspensas no Instituto de Biociências até a última sexta (2) e remanejadas para outros prédios do campus.
Museu Nacional
Há quatro anos, um incêndio de grandes proporções destruiu o Museu Nacional Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), localizado na Zona Norte do Rio. O maior museu de história natural do Brasil continha um acervo de 20 milhões de itens, como fósseis, múmias, peças indígenas e livros raros. Estima-se que 90% do material tenha se perdido. O incêndio do Museu colocou em evidência as dificuldades orçamentárias de muitas instituições públicas no país que ano a ano têm seus orçamentos reduzidos e contingenciados.
Na última sexta (2), a fachada do Museu Nacional da UFRJ foi reinaugurada. Essa é a primeira etapa do projeto de reconstrução do museu, que deverá ser totalmente reaberto ao público somente em 2027.
Fonte: ANDES-SN – Publicado em 05 de Setembro de 2022 às 17h11

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