Com a presença de trabalhadoras e trabalhadores de várias partes do país, as centrais sindicais brasileiras realizaram nesta quarta-feira (20) um forte ato político. A Assembleia da Classe Trabalhadora reuniu cerca de 10 mil pessoas na Praça da Sé, no centro de São Paulo. Na pauta, a organização da luta contra a Reforma da Previdência, apresentada hoje pelo governo federal no Congresso Nacional.
Ao longo do ato, dirigentes e trabalhadores de várias categorias falaram no carro de som que ocupou a frente da Catedral da Sé. As diversas manifestações dos representantes das centrais, de sindicatos e de movimentos sociais reafirmaram o repúdio à proposta de Bolsonaro. Defenderam a unidade e a mobilização para barrar esse ataque à aposentadoria da classe trabalhadora.
O integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Atnágoras Lopes, falou em nome da central. O dirigente iniciou lembrando que a unidade das centrais, baseada na mobilização dos trabalhadores, construiu a Greve Geral, em abril de 2017. Segundo Lopes, essa mobilização foi fundamental para barrar a proposta de reforma da Previdência de Michel Temer. Ele ressaltou que essa unidade novamente se faz necessária.
“Hoje, estamos vendo essa unidade se repetir e, no momento em que esse governo de ultradireita quer impor um ataque ainda pior, essa assembleia nacional tem o desafio de apontar o início da construção de um dia nacional de lutas, rumo a uma nova Greve Geral no país”, afirmou.
O ANDES-SN e diversas seções sindicais estiveram presentes na atividade na capital paulistana. O presidente do Sindicato Nacional, Antonio Gonçalves, ressaltou a importância do ato, que contou com a participação de docentes de todo o país.
Mais de 50 entidades participaram, na noite dessa terça-feira (19), do lançamento do Fórum Sindical, Popular e de Juventudes por direitos e liberdades democráticas. O evento aconteceu na sede da Apeoesp, em São Paulo (SP), e o público lotou o auditório da entidade. Diretores do ANDES-SN estiveram presentes, juntamente com representantes de diversas seções sindicais.
O Fórum tem como objetivo a construção de uma ampla unidade para lutar contra os ataques à classe trabalhadora. A participação do ANDES-SN nesse espaço, bem como no processo de reorganização da classe trabalhadora, é uma deliberação congressual.
A abertura do ato foi marcada pela apresentação cultural da banda “As despejadas”, formada por cinco mulheres. Na sequência, foi composta a mesa do evento com as representações da Intersindical – Central da Classe Trabalhadora, CSP-Conlutas, Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora, Oposição do Sinteps, Oposição do Sepes e UNE. Os trabalhos foram coordenados pelo presidente do ANDES-SN, Antonio Gonçalves.
Após as falas de abertura, nas quais as entidades reafirmaram o compromisso de construção do Fórum, foram abertas inscrições. Representantes de 20 entidades, entre movimentos populares, da juventude e sindicais fizeram saudações. Ressaltaram a importância da unidade de luta para defesa dos direitos sociais e trabalhistas e do Fórum como um espaço aglutinador de forças.
O presidente do ANDES-SN fez uma avaliação muito positiva do evento. Antonio ressaltou a expressiva participação de diversos setores da classe trabalhadora. Destacou também a disposição do ANDES-SN e das demais entidades e movimentos de continuar a construção do Fórum.
Para Antonio, o momento exige a mais ampla unidade entre a classe trabalhadora. “Os ataques que estão em curso exigem que as entidades possam avançar nesse processo de resistência. Sozinhos dificilmente nós conseguiríamos derrotar essas contrarreformas”, avaliou.
“A partir do momento em que dialogamos com outras categorias de servidores públicos, com movimentos sociais e movimentos da juventude, que também são afetados por essas políticas, nós temos mais chances e mais força para barrar esses ataques”, afirmou o presidente do Sindicato Nacional.
Gonçalves ressalta que a luta pela pauta específica da categoria docente – como salário, condições de trabalho e carreira -, passa pela unidade com vários setores. “Para que essas conquistas, digamos mais do campo da nossa categoria, sejam atingidas, elas são precedidas de uma luta política maior no que tange a garantia da Educação como um direito social para todas e todos. Passa pela defesa do financiamento público para a educação pública, por exemplo. O esforço de construir esse fórum é justamente criar um ambiente que nos fortaleça, para que nós tenhamos a manutenção de direitos duramente conquistados, para que tenhamos liberdade no exercício da nossa profissão, mas também que nós possamos ganhar força para conquistar novos direitos, tão necessários para o projeto de educação que nós defendemos no ANDES-SN”, concluiu.
A próxima reunião do Fórum está marcada para dia 21 de março, a partir das 9 horas, na sede da Apeoesp, na capital paulista.
Manifesto por Direitos e Liberdades Democráticas
Durante a atividade de lançamento, foi apresentado também o manifesto do Fórum, que já conta com a adesão de dezenas de entidades. O texto é composto por onze eixos, como a defesa dos direitos trabalhistas e o posicionamento contrário ao fim do Ministério do Trabalho. A defesa da Previdência Pública e universal e a luta contra reforma da Previdência também estão na pauta.
Compõem o manifesto as defesas da Educação e da Saúde Públicas gratuitas e de qualidade e das Liberdades Democráticas. O documento também aborda a luta pela Reforma Urbana e Agrária, a defesa da política de igualdade racial, de gênero e respeito às diversidades sexuais.
Outros eixos presentes são a luta contra a criminalização dos movimentos sociais, pela revogação da EC/95, em defesa do emprego, salário e moradia. A defesa do setor público estatal e a luta contra as privatizações também estão no manifesto. Por último, o Fórum se posiciona pela liberdade de ensinar e de aprender, em defesa da autonomia das instituições de ensino públicas. Confira aqui o documento.
Fonte:ANDES-SN – 21/02/2019