As professoras e os professores da UFCG aprovaram hoje (23/05), numa assembleia geral da ADUFCG, um indicativo de greve. A categoria rejeitou a proposta do Governo e deliberou por uma sugestão de mudança à proposta apresentada pelo CNG na mesa de negociação do dia 15/05, além de decidir que o sindicato moverá uma ação judicial para impedir que entidades que não representam a categoria assinem um acordo com a gestão federal no próximo dia 27/05.
Os debates e deliberações na assembleia foram iniciados no ponto de pauta de conjuntura e a proposta do governo federal. Nele, o diretor secretário da ADUFCG, Luciano Queiroz, apresentou uma avaliação do sindicato sobre a proposta e indicou a rejeição. A professora Clarissa Rodrigues, integrante do Comando Nacional de Greve do ANDES-SN, também participou e apontou vários prejuízos para as/os docentes, tanto do ponto de vista salarial como na estrutura da carreira docente.
Avaliação
Na avaliação da diretoria e da Comissão de Mobilização da ADUFCG “é inaceitável a intransigência do governo em manter 0 % para servidores da educação em 2024, após conceder reajustes às polícias. Se tem espaço no orçamento para a segurança porque diz não haver para a educação?”
Outro aspecto ressaltado na avaliação é sobre o impacto na proposta de reajuste de auxílios. “Reajuste nos benefícios é resultado da greve, mas o governo ainda não equiparou aos servidores e servidoras do judiciário e legislativo e ainda deixou de fora aposentados/as e pensionistas”, explicou Luciano Queiroz
Também foram apontados como prejudiciais a insistência do Governo em propor um aumento nos steps de carreira para 2025 e 2026, o que resultará no aprofundamento das distorções salariais já existentes, e a sugestão de um prazo de seis meses para requerer progressões de carreira, quando pareceres da Advocacia Geral da União não estabelecem nenhuma restrição.
Orçamento
Em relação a recomposição do orçamento das universidades, a avaliação da diretoria da ADUFCG é que o valor proposto pelo Governo é totalmente insuficiente. O MEC anunciou a recomposição de R$ 340 milhões, quando a Associação dos reitores das universidades federais – Andifes defende um valor adicional de R$ 2,5 bilhões, a fim de se aproximar com o orçamento de 2017 corrigido pelo IPCA do período;
Além de rejeitar a proposta do governo por ampla maioria, a assembleia da ADUFCG também optou por uma proposta diferente da sugerida pelo Comando Nacional de Greve do ANDES-SN, tendo como principal mudança a aplicação do IPCA do período, estimado em 3,69%, como recomposição salarial em 2024, em vez de propor um reajuste de 7,6%.
Indicativo
Como muitos oradores ao fazerem suas avaliações de conjuntura também analisaram a proposta da diretoria da ADUFCG de adesão à greve nacional dos docentes, a mesa da assembleia optou por encaminhar a votação sem defesas a favor ou contrárias ao indicativo de greve. 37 docentes aprovaram e 35 rejeitaram.
Sobre a data, as/os docentes ficaram num impasse. 36 apoiaram estabelecer uma data e 36 disseram não. Na próxima assembleia, a categoria decidirá sobre uma proposta de deflagração da paralisação.
Liminar
As professoras e os professores também aprovaram o encaminhamento do Comando Nacional de Greve de todas as seções indicais do ANDES-SN entrem com ações na justiça, com pedido de liminar, para evitar um possível golpe da Proifes, dada à sinalização de assinatura de um acordo com o governo federal no dia 27 de maio, à revelia da categoria docente.
Eleição Reitoria UFCG
Devido a falta de tempo na assembleia, a plenária decidiu reapresenta na próxima assembleia o ponto de pauta que avaliará a eleição para a Reitoria da UFCG e o critério de paridade na eleição para reitor na consulta institucional.
Fonte: ADUFCG – 23/05/2024